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O Projeto NOVA atua na promoção da qualidade de vida através do atendimento psicossocial à pessoas sobreviventes do abuso.

É um programa da FUNASPH – Fundação de Assistência a Pessoa Humana, entidade sem fins lucrativos que promove a defesa dos direitos das crianças e contribui para o seu desenvolvimento. Os programas dependem integralmente de contribuições de pessoas físicas e jurídicas, organizações e vendas de produtos licenciados.

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Campanha conscientiza sobre combate ao tráfico humano

Campanha conscientiza sobre combate ao tráfico humano

Você sabe o que é tráfico humano? Já parou para pensar nisso? Será que ele acontece no Brasil? Em Mato Grosso do Sul? Vamos falar sobre isso?Espera-se que a resposta certamente seja sim. Entenda porquê:

A localização geográfica de Mato Grosso do Sul facilita não apenas contrabandos e entrada de drogas, mas também o tráfico de seres humanos, que em três anos* vitimou 63,2 mil pessoas no mundo, sendo pelo menos 5,8 mil na América do Sul e outras 3 mil no Brasil segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) através do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC).

Mas esses números revelam apenas os casos detectados e de alguma forma combatidos pelas autoridades. Estima-se que em todo globo, 21 milhões de pessoas ainda vivem sob sistema de exploração originado pelo tráfico humano**. E mais que isso, todos os anos, ao menos 1 milhão de pessoas são traficadas***.

A expressão “tráfico de pessoas” significa o recrutamento, o transporte, a transferência, alojamento ou acolhimento de pessoas feito através de ameaça, coação, rapto, fraude ou engano, abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade social para fins de exploração.

Vale ressaltar que maior parte das pessoas traficadas são mulheres ou meninas adolescentes, levadas para outros países principalmente para serem exploradas sexualmente em casas de prostituição. A cada 10 pessoas traficadas 8 são mulheres, homens geralmente têm sua mão-de-obra usada em trabalhos escravos ou similares.

Em relação às crianças, os traficantes olham para as que estão entre 0 e 2 anos de idade e  pensam na adoção ilegal internacional. As crianças de 3 a 7 anos em geral são traficadas para remoção de órgãos. Dos 7 anos acima já são vendidas para fins de exploração sexual ou trabalho escravo.

E porque falar disso agora? Porque em julho, o dia 30 está instituído desde 2013 com o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas. E aqui em Mato Grosso do Sul o projeto NOVA, luta contra a exploração sexual em suas diversas formas: prostituição, tráfico de pessoas, abuso sexual infantil.

Para este ano, a campanha Coração Azul, da ONU, que é voltada contra o tráfico de pessoas, será usada pelo projeto em ações próprias e que serão desenvolvidas em redes sociais com textos, imagens e vídeos com informações impactantes para a sociedade.

A coordenadora do Projeto NOVA, Viviane Vaz, explica que ao cuidar de sequelas em vítimas do tráfico interestadual e internacional de pessoas, percebeu o quanto a desinformação do assunto faz com que as mulheres acreditem que podem “mudar de vida” quando estão mesmo entrando numa cilada.

“Elas nem entendem direito que foram vítimas de tráfico, porque acham que a escravidão inclui uma violência física muito grande, ou que alguém a obriga a fazer determinadas coisas, mas o fato é que os traficantes envolvem a vítima de tal forma que ela se sente responsável pela tragédia que sua vida se transformou, como se ela estivesse escolhendo aquela situação”, ressalta.

Além disso, afirma que “em geral a própria situação de pobreza e baixa autoestima leva essas mulheres vítimas a consentirem o abuso, na esperança de uma nova oportunidade de vida. Mas se deparam com mais decepções, frustrações e muita humilhação. O coração de uma pessoa explorada fica tão dilacerado que necessita que um cuidado a longo prazo, com atendimento médico, psicológico e social.”

Mas então, o que fazer? Promover e divulgar informações ajudam a alertar e prevenir pessoas desse crime, bem como a conseguir identificar casos de tráfico. Assim, informação é sempre a melhor estratégia, já que a pobreza, a falta de conhecimento sobre o assunto e os tabus relacionados a isso tornam qualquer um de nós uma vitima em potencial.

Contamos com seu apoio nessa luta!

Por Lucia Morel

 

* Referente aos anos de 2012, 2013 e 2014 conforme dados do UNODC de dezembrode 2016;

** Dados do Parlamento Europeu divulgado em setembro de 2016;

*** Número estimado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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Projeto Nova em Porto Murtinho

Projeto Nova em Porto Murtinho

Porto Murtinho é uma cidade encantadora para quem chega de fora, um local isolado e pouco visto inclusive pelo próprio estado. Com um por do sol inesquecível, ruas limpas, bem arborizadas, repleta de monumentos lindos e cheios de histórias para contar.

Os mitos a cerca da exploração sexual infantil na cidade são muitos, mas a realidade já tem mudado desde que As casas de prostituição em Porto Murtinho, foram fechadas em 2005 após escândalo de repercussão nacional. Hoje ainda recebem muitas profissionais do sexo, que trabalham como acompanhantes dos turistas que vem para o turismo da pesca no Rio Paraguay. Sabe-se que alguns turistas ainda procuram “novinhas” na cidade e infelizmente ainda encontram, aliciadas as vezes pelos próprios pais junto a algumas pousadas locais. 80% da população vive abaixo da linha da pobreza, sem emprego e a maioria da população está exposta ao turismo sexual.

Uma equipe do Projeto NOVA esteve na cidade de Porto Murtinho a convite de uma igreja local, nos dias 14 a 18 de junho de 2017, realizando articulações com as redes publicas de proteção aos direitos da criança e adolescentes, com vistas ao enfrentamento do abuso e exploração sexual infantil na região de fronteira.

“o trabalho que essa equipe está fazendo é excelente, porque é até uma vergonha da nossa parte porque não estamos fazendo nada, uma lição de vida” Solange Pereira – Hotel Pantanal. Falando sobre o trabalho que o Projeto Nova está se propondo a fazer.

“Podemos nos doar um pouco mais enquanto sociedade para realizar ações como essas, um pouco do nosso final de semana, ou nas horas vagas fazer algo para proporcionar paz pra os que estão sofrendo.” Erasmo Duarte – Coordenador do Bolsa Família

Existe uma cultura do ‘eu vou te contar mas você não conta pra ninguém.’ E nessa muitos casos vão seguindo acobertados pela própria sociedade. Segundo a Nicanora Campos –  Coordenadora do pólo da UFMS, afirma que “a vulgarização por parte da própria família, e quando se expõe já está vulnerável a exploração, o problema está na própria concepção de família!”

A equipe que visitou a cidade foi composta pela coordenadora Viviane Vaz, e sua  assessora Flávia Fernandes, além de duas técnicas de serviço social, Glória Eduarda Soterio e Neide Nascimento , que concluíram a grande necessidade de políticas públicas eficientes e atuantes que ofereça aos cidadãos porto-murtinhensse os direitos garantidos, e que hoje conta com um numero muito reduzido de equipe multidisciplinar pra atender a grande demanda local. E esse projeto chega pra somar na articulação junto as redes de proteção para o enfretamento das problemáticas, numa proposta de prevenção e empoderamento da população, inclusive ações de tratamento as conseqüências da violência sexual. Um trabalho em conjunto com a rede pública e instituições locais será realizado a partir do segundo semestre de 2017.

 

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PROSTITUIÇÃO: Procura-se local seguro!

PROSTITUIÇÃO: Procura-se local seguro!

Por Evandro e Viviane Vaz

Fotografia: Patricia Paula

Considero providencial e urgente falar de um assunto ignorado pelo senso comum, a prostituição. A atividade de comercializar o próprio corpo é um tabu histórico carregado de ojeriza e preconceito contra os que tais coisas praticam, e essa aversão, não raro bloqueia nossa capacidade de amar os que se perderam nas trevas de seus próprios atos. A maior causa da prostituição nos tempos em que vivemos é principalmente a necessidade de dinheiro. Mas existem inúmeras questões psicológicas envolvidas que impulsionam uma pessoa a vender seu próprio corpo, tais como perfil social, histórico familiar, baixa auto-estima, dependência química, patologias, obsessão e compulsão, dentre outras. Vale acrescentar que a atividade no Brasil é legalizada, uma tendência mundial, haja vista que em outros países além de legal, é reconhecida como profissão com vários direitos assegurados. Se verificarmos o fato de que a humanidade sempre considerou a mulher como ser inferior, e que a mídia também tem seu papel fundamental em ressaltar o corpo feminino como veículo de propaganda para a venda de produtos e entretenimento, e que uma maioria se prostitui como forma de sobrevivência, já é possível entender muitas coisas. Mesmo assim não se pode negar a existência de outros fatores recorrentes, tristes e determinantes, ocultos por trás do que as pessoas geralmente imaginam. O que leva uma criança de 8 anos a acreditar que um ato sexual vale um pedaço de pão? O que haveria na mente de uma menina que sempre foi obrigada a prestar favores sexuais ao próprio pai, e descobre que pelo menos pode ganhar um sorvete com isso? O que sente uma criança que é surrada porque contou sobre um abuso sofrido? Porque ela foi chamada de vadia quando contou que o tio mexeu com ela? Talvez você não saiba, mas o abuso sexual na infância é muito comum entre a prostituição tanto masculina como feminina. Conforme a freqüência e a gravidade da situação de abuso sofrida, a reinserção social é complexa e trabalhosa, e de igual maneira, constituir família, estudar ou ter uma carreira profissional. Os antídotos para os desdobramentos sociais recorrentes da prostituição são vários, dentre eles ações governamentais que possam melhorar a realidade social daqueles que querem deixar a atividade, bem como ações sociais de incentivo a escolaridade e oportunidades de crescimento intelectual e profissional. Também, uma sociedade que tenha atitudes de aceitação para com essas pessoas portadoras de tamanho desgaste físico e emocional. Locais que proporcionem ações terapêuticas, ambientes seguros para serem ouvidos e receberem oportunidades onde um remédio especial é administrado em doses homeopáticas, o amor, uma vez que somente este pode oferecer acolhimento e aceitação. A infância outrora amputada pode ser superada, através de ações que resgatem o lado puro das coisas simples, por exemplo: oferecendo pequenas comemorações, cartões, presentes, passeios, demonstrações de afeto, coisas que resgatem a alegria infantil que se perdeu. Pequenos detalhes como a pureza de um abraço, um ombro amigo oferecido sem interesses, a presença segura de homens decentes e piedosos, incentivo de novos sonhos e ensinos, proporcionam imenso valor para aqueles que tanto sofreram com o desprezo e querem encontrar refúgio e aceitação. A morte que tão próxima rondava suas vidas poderá se transformar lentamente em alegria pela vida.

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INFÂNCIA A VENDA – Exploração Sexual Infantil

INFÂNCIA A VENDA – Exploração Sexual Infantil

Por Evandro e Viviane Vaz

Fotografia: Patricia Paula

Entende-se por exploração sexual um indivíduo obter lucro com a atividade sexual de outro. Trata-se de um crime hediondo segundo o código penal brasileiro: lei nº 12.015. Vamos destacar algumas formas mais comuns. O crime de rufianismo popularmente conhecido como cafetinagem. Crianças são vendidas pelos responsáveis para suprir a extrema pobreza de suas famílias. Outro crime mais comum do que se imagina: o tráfico de pessoas para fins sexuais. Pessoas subtraídas de seu ambiente e seu corpo comercializados. Gente de alma violada e amputada do seu destino, sua identidade deformou-se. Outra forma de exploração é a pornografia infantil. A saber, a produção, utilização, exibição, comercialização de material (fotos, vídeos, desenhos) com cenas de sexo ou com conotação sexual das partes genitais de uma criança. Tem sido muito explorada, sobretudo em nossos dias, onde o acesso a rede mundial se dá rapidamente por dispositivos móveis e multifuncionais, onde internautas acessam e compartilham conteúdos. A grande pergunta é: o que a sociedade e o estado tem a haver com tudo isso? A tarefa da sociedade é denunciar e exigir ações para o cuidado desses feridos, demonstrando sensibilidade diante de suas terríveis histórias fazendo com que encontrem meios de se locomover em suas existências, com qualidade de vida e autonomia. É papel da sociedade e do estado combater essas formas de degradação humana, se manifestando, atuando como formadora de opinião e que não compactua com qualquer tipo de violação humana. O amor prático tem que ser nosso cotidiano durante a jornada de vida. Os sofrimentos decorrentes da exploração sexual, da violência e da rejeição, fazem os sobreviventes imaginarem um mundo sem nenhuma esperança! O estado precisa ser mais eficaz no cuidado e humanizando o atendimento com uma escuta especial que não revitimiza a pessoa violada, independente da origem ou natureza. Ser local seguro para todos, onde o ferido é aceito, ouvido, compreendido e encorajado a mudar, um ambiente de sigilo e cumplicidade. É imprescindível não expor a identidade nem rotular as vítimas dentro da própria comunidade.

Seja um agente de transformação não só da nossa sociedade, mas também de proporcionar que pelo menos uma vida que seja liberta da exploração! Denuncie através do número 100, ou pelo aplicativo “Proteja Brasil”

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Violência na Escola

Violência na Escola

Fotografo: Alex Cunha Ribeiro

Com toda a discussão envolvendo as questões de violência e indisciplina nas escolas públicas de Mato Grosso do Sul, vem a lembrança de meu trabalho de conclusão de curso sobre os adolescentes e a violência.  Encarar o assunto sempre traz a minha mente o desejo de estudar as dinâmicas e fenômenos. Um princípio que assimilei com minhas observações, é que a violência é um comportamento aprendido, com isto tenho obtido respostas a problemática.

Vide o fato de que a infância e adolescência são momentos únicos na vida de uma pessoa. Daí a necessidade de proteção, para a construção do self (ser) e toda sua relação com o mundo de maneira integral. Com o corpo e mente em desenvolvimento, cada detalhe vivido determinará seu futuro. Baseado nisso que até os 18 anos, não se tem tantas responsabilidades, já que essa mente está vulnerável a receber os principais ensinamentos para a vida toda. Dentro desse processo a escola e a família conjugam esse momento tão essencial, norteando esta pessoa juntamente com sua própria personalidade, dons e talentos únicos.  A dependência é uma característica da infância e adolescência, A medida que o desenvolvimento progride, a criança tem um ego relativamente integrado, e com a sensação de que o núcleo do si-próprio habita o seu corpo. Ela e o mundo são duas coisas separadas. A etapa seguinte é conseguir alcançar uma adaptação à realidade. Nesse processo é possível e preciso empodera-los no que diz respeito aos princípios, direitos e deveres, que o definirão enquanto ser humano.

Uma criança que assiste violência num aparelho eletrônico, que vivencia a violência dos pais, que sofre maus-tratos em casa, que aprende a política do “bateu levou”, obviamente irá reproduzir tais atitudes entendendo que essa é a função e a forma de SER do humano. Ao chegar na escola, essa violência é aguçada pois em comunidade que se aflora os problemas de relacionamento, e irá solucionar da maneira que este aprendeu.

Ao ouvir relatos de crianças que abusam de outra criança, vejo que essa criança que cometeu tal ato libidinoso foi vitima de algum abuso também já que isso não é nato ao ser humano, ela reproduz algo que vivenciou.

Qualquer tipo de violência seja física, psicológica, moral ou sexual, gera alguma forma de deficiência (cognitivo, comportamental ou social), ainda é possível incluir as crianças que nascem com algum tipo de desordem ou deficiência como resultado de agressões às mães durante a gravidez. Questões psicológicas e intrínsecas do self, em decorrência de um senso de raiva ou injustiça em relação a figuras percebidas como maléficas. Pessoas agressivas apresentam déficit na internalização de figuras boas, além de um déficit egóico, que se caracteriza por uma ausência da capacidade de reflexão do self e da capacidade de pensar, o que causa implicações diretas na regulação de emoções.

O Estatuto da Criança e Adolescente diz é dever da família, da sociedade e do estado proteger os direitos destes, entretanto é mais fácil abster-se esperando que o outro o faça, e ninguém toma a responsabilidade para si. Seja na Família, na sociedade ou no estado, em algum deste eu e você estamos inseridos, por tanto esse dever é nosso. Não só da escola ou da família, como sociedade podemos e devemos fazer algo para lutar pelos que não sabem que têm direitos, pelos que são reproduções de adultos doentes emocionalmente.

O professor no caso tem um papel essencial pois causa empatia de alguns e pode se tornar agente de proteção, quando percebe os sinais de um aluno com possível conflito interno e registra esse fato, podendo encaminhar para um acompanhamento adequado para a situação. Não cabendo a ele, o papel de realizar o julgamento da situação, muito menos a psicoterapia necessária, o ser agente de proteção serve como um sinalizador para o caminho da restauração.

Meu bom senso me diz. Saber que devo respeito à autonomia, dignidade e identidade do educando, e na prática procurar coerência com esse saber, me leva inapelavelmente à criação de algumas virtudes ou qualidade sem as quais aquele saber vira inautêntico, palavreando vazio e inoperante. De nada serve, a não ser para irritar o educando e desmoralizar o discurso hipócrita do educador, falar em democracia e liberdade mas impor ao educando a vontade arrogante do mestre.” Paulo Freire

A escola pode propiciar a construção da resolução conflitos gerando habilidades sociais, através de um dialogo humanitário, respeitando as diferenças, buscando soluções em comunidade, oferecendo informações preventivas, proporcionando responsabilidade diante dos prejuízos causados e ressaltando dignidade do educador como profissional idôneo.

É possível transformar o ciclo de violência num ciclo de amor!

 

Viviane Vaz
Psicanalista, Missiologa, Escritora,
Coordenadora do Projeto NOVA

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Livro “Infância Amputada”  – O cuidado de sobreviventes da violência sexual e prostituição – por Viviane Vaz

Livro “Infância Amputada” – O cuidado de sobreviventes da violência sexual e prostituição – por Viviane Vaz

“A infância deveria ser pura e inocente, protegida de quaisquer constrangimentos e traumas. Vê-se violada e rompida. Aqui chamamos de amputada. Afinal, muitos sofreram com a violência dos abusos, aliciamentos e explorações. É notável, que todo o acolhimento e amor dispensados às vítimas não traz de volta o tempo perdido. Terão de conviver com as marcas do passado pelo resto de suas vidas. Nada irá apagar de suas mentes o que aconteceu, as cenas terríveis vividas. Amputação também é algo que pode ser cicatrizado, pode ser tratado para que não comprometa o restante do corpo. Pode gerar resiliência no caráter, sendo fonte de superação a fim de que possam conviver com seu histórico, a descoberta de que a força e a superação estão em si mesmos. Para que isso aconteça, é necessário que as pessoas sejam muitos mais do que portadores de benefícios e boas intenções. Se tornem agentes de cura na vida dessas pessoas. Apresentamos aqui, formas de auxiliar, acolher e alcançar o coração de vítimas de violência, abuso e exploração sexual.”

Como adquirir:

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O Impacto do Trabalho Voluntário

O Impacto do Trabalho Voluntário

Por Evandro Vaz

A cidade de Campo Grande há muito apresenta marcas de grandes metrópoles com trânsito embaraçoso, rotinas frenéticas e mudanças bruscas no clima, tudo num ambiente que ainda lembra e muito uma cidade com cheiro de interior. Mas por trás desta realidade corriqueira tida como normal, um submundo desconhecido pela sociedade se move sorrateiramente e nele pessoas são objetos, servem apenas para satisfação do prazer a qualquer custo. Seus gritos de socorro não fazem barulho. São as vítimas do abuso e da violência sexual.

O Projeto Nova é uma entidade dedicada ao atendimento dessas vítimas, em sua maioria mulheres e crianças. Com suas atividades iniciadas em maio de 2011, tem atualmente 32 famílias cadastradas. Após parceria IMG_5738firmada com o curso de Psicologia da UCDB – Universidade Católica Dom Bosco, é hoje um campo de estágio curricular obrigatório. Segundo Renan Júnior coordenador do curso, o estágio específico para os alunos de nono e décimo semestres proporciona aos mesmos o exercício de uma prática responsável nas intervenções e avaliações nos atendimentos.

Na casa sede do projeto são oferecidas regularmente atividades como arte terapia, reuniões, cursos, triagem social, atendimento psicológico e encaminhamento jurídico. Assim, visa proporcionar o restabelecimento da dignidade humana e novas oportunidades de geração de renda. A coordenadora do projeto Viviane Vaz afirma que, “os sobreviventes da exploração sexual sofrem uma amputação de perspectivas sociais comuns à maioria das pessoas”, já que a violência traz graves consequências emocionais, quadros depressivos, bloqueios de aprendizagem e desejo de morte. Um fenômeno grave é observado nos tratamentos, a tendência da violência sofrida quando criança ser transmitida por meio de atitudes desta quando adulta, aos seus filhos. Viviane acrescenta que “a terapia visa acolher, e mostrar aos assistidos que dentro dos mesmos existe o poder para se levantar e vencer as próprias tragédias. As principais mudanças notadas são o desenvolvimento de novas habilidades, metas e como alcançar seus sonhos pessoais, familiares e profissionais”.

Conforme a Professora e Psicóloga Dra. Mirian Exel, o projeto é “pioneiro, sendo a base na implantação de uma rede psicossocial em psicologia” com profissionais de múltiplas áreas, assim fixando o projeto como referência em ações de intervenção e proteção. O objetivo é fornecer apoio e tratamento para uma população vulnerável, e através de parcerias firmadas, ser eficaz no seu poder de sarar essas duras mazelas. O contato com o projeto deu-se através de uma acadêmica que procurou orientação, já atuando como voluntária. A professora ao conhecer o trabalho também se voluntariou.  Ela disse, “a minha atuação como voluntária evoluiu para viabilizarmos junto à IMG_7383coordenação a atividade extracurricular”, e hoje são sete acadêmicos, sendo que alguns pretendem continuar depois de formados como voluntários. É o caso de Anne Vanessa, que enquanto acadêmica apresentou o projeto à professora Mirian. Hoje a psicóloga segue como profissional voluntária e relata, “o trabalho traz esperança, nos ensina amar e ter zelo pela vida das pessoas; tenho ajudado famílias que estão sem nenhuma expectativa de vida, a ter uma. É gratificante para nós profissionais”.

Ainda segundo a professora, não há relato de projeto nesses moldes em funcionamento no Brasil, afirma que a experiência para o acadêmico proporciona “uma vivência que extrapola a formação clínica tradicional, numa realidade de rede psico social. O exercício do olhar clínico ajustado para essa realidade é um aprendizado, uma vez que não existem escritos a respeito da dinâmica de atendimentos”.

Carol Flores, acadêmica do décimo semestre de psicologia da UCDB, coloca que área da Psicologia Social está sendo aprimorada nos últimos anos, “acho importante como futura profissional focar meu trabalho em públicos que geralmente não são um alvo comum. Penso que todo ser humano deveria ter o privilégio de se reconhecer e ter trocas profundas com o meio que o cerca”.

O atendimento psicológico possibilita identificar e investigar os impactos da violência e do abuso sexual a curtos e longos prazos, bem como seus desdobramentos mais conhecidos. São eles: a ansiedade e a depressão, transtornos pós-traumáticos, atitudes regressivas, autopunição, vingança, tentativa de suicídio, dificuldade nos relacionamentos, prostituição e promiscuidade, além do uso de entorpecentes.

Tudo acontece numa uma rotina semanal de triagem e atendimentos. Foi recentemente desenvolvido um regimento interno em conjunto com a coordenação de estágio, a direção do projeto e profissionais voluntários; de maneira a dar suporte ás famílias assistidas dentro de suas peculiaridades.

O engajamento de voluntários é uma marca do projeto, Flávia Fernandes se dedica integralmente as atividades. Ela relata, “fiquei sabendo do projeto através da divulgação na igreja, e também de amigas voluntárIMG_7439ias após minha experiência em um projeto na cracolândia – São Paulo”. Primeiramente hesitou, “não queria ajudar a princípio, resisti um tempo, mas quando fui ajudar logo me apaixonei”. Para ela, “aprendemos que o ser humano machuca muito, mas tem muito mais querendo ajudar a levantar quem está caído. Pessoas capazes de doar seu tempo, disposição e também coisas materiais”. Acrescentou que aprendeu ver a importância da psicologia, e seu papel fundamental no tratamento das raízes dessas feridas nas vítimas.

Cerca de 30 voluntários dedicam seu tempo semanalmente na sede, seja transportando doações, fazendo triagem de roupas, preparando lanches, cuidando de crianças, com artesanato e culinária, costurando, etc. Além de profissionais liberais (advogados, médicos, dentistas, assistente social, etc) que doam seu serviço a disposição destas famílias.

“Quero aqui honrar a vida de cada intercessor, cada colaborador e abençoador do Projeto Nova, servos e servas de Deus que estão anônimos p os homens mas vistos pelos olhos de Deus.”  Evanir

Seja também um voluntário, uma simples atitude pode fazer diferença na vida dessas famílias.

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Equipe de Psicologia

Equipe de Psicologia

Em parceria com a Universidade Católica Dom Bosco, e a partir deste ano nos tornamos um campo para que os estagiários de Psicologia possam desenvolver seu estágio curricular, temos agora 09 estagiários do 9º semestre de psicologia, supervisionado pela Dra. Miriam Exel. E para iniciar os atendimentos eles passaram por um treinamento onde puderam entender o perfil das famílias atendidas, questões a cerca das dificuldades emocionais, compulsões, recaídas e prevenção ao abuso infantil.

“O público em vulnerabilidade social é muito resiliente, embora cercado de situações de caos. O Projeto NOVA dá espaço e abertura para que vivenciem de modo novo suas histórias e fortaleçam aquilo que é bom, se desprendendo aos poucos dos traumas passados que eclodem no agora, mas dando espaço aos novos significados e sentidos que virão.” Carol Flores

As áreas de atendimento ficaram estabelecidas da seguinte forma:
– Triagem e psicodiagnóstico
– Atendimento Individual
– Orientação Profissional Individual
– Grupo Operativo de planejamento de vida
– ARTE TERAPIA em grupo
– Grupo terapêutico Infantil

“Tem sido um desafio, realizar psicoterapia em pacientes com tamanhas particularidades. Mas é enriquecedor e tem me levado a reflexão: o homem pode chegar até o mais profundo abismo, mas ainda encontra forças para se levantar. O importante é que o projeto se coloca como um propulsor, uma motivação para eles, talvez uma única porta de saída para a recuperação. ” – (Rivanei O. Moura)

 

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Metodologia de Trabalho

Metodologia de Trabalho

Publico Atendido:

  1. Desempregados ou com renda até 1 (um) salário mínimo e que dependem do trabalho como profissionais do sexo;
  2. Analfabetos ou com escolaridade até 5º ano o Ensino Fundamental;
  3. Famílias que sofreram ou sofrem abuso ou exploração sexual;
  4. Atendimento aos filhos (as) de mulheres que trabalham na prostituição e que vivem de forma vulnerável;

Em alguns casos incluem:

  • Portadoras de doenças psiquiátricas (depressão, ansiedade, etc);
  • Portadoras de DST;
  • Usuárias de substância psicoativas,
  • Ideação ou tentativa de suicídio,
  • Dificuldades de concentração,
  • Dificuldades de relacionamento social e profissional,
  • Baixa auto-estima;
  • Agressividade;
  • Sentimento de culpa, medo, ira e vergonha;
  • Egressas do sistema prisional.

Procedimentos adotados pelos profissionais do projeto:

  1. Entrevista, apresentação dos critérios do projeto e realização de cadastro de adesão;
  2. Realização de triagem pelo Assistente Social, com visita domiciliar;
  3. Realização de triagem por Psicólogo;
  4. Encaminhamentos necessários: médicos, dentistas; advogados, clínica de recuperação, CRAS, Conselho Tutelar, Delegacia especializada de crimes contra a mulher, abrigos e outras instituições em parceria.
  5. Visitas domiciliares bimestrais pela Assistente Social;
  6. Realização de avaliação a cada 6 meses, por meio de mapa de assistência;
  7. Acompanhamento durante 1 ano às usuárias que deixarem a profissão e/ou em tratamento.
  8. Participação das atividades propostas, com a necessidade de 70% de participação;
  9. Participação em reuniões e grupos terapêuticos;
  10. Passar pela triagem psicológica e social;
  11. Estar disposto a cumprir com as orientações;
  12. Permanência no projeto por 2 anos, com a possiblidade de prorrogar por mais 6 meses, conforme a situação apresentada e de acordo com a presença referente aos itens anteriores,  necessitando parecer do Psicólogo e Assistente Social.

Deveres do Beneficiado:

PERFIL SOCIAL:

  • Sujeitas ao subemprego para sobrevivência;
  • Oriundas de famílias desestruturadas;
  • Baixa escolaridade;
  • Sem formação profissional,
  • Situação de pobreza;
  • Dificuldade em administrar suas finanças;
  • Fenômeno da multigeracionalidade, onde existe a tendência da violência sofrida quando criança ser transmitida, através de comportamentos desta quando adulta, aos seus filhos.
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