Porto Murtinho é uma cidade encantadora para quem chega de fora, um local isolado e pouco visto inclusive pelo próprio estado. Com um por do sol inesquecível, ruas limpas, bem arborizadas, repleta de monumentos lindos e cheios de histórias para contar.
Os mitos a cerca da exploração sexual infantil na cidade são muitos, mas a realidade já tem mudado desde que As casas de prostituição em Porto Murtinho, foram fechadas em 2005 após escândalo de repercussão nacional. Hoje ainda recebem muitas profissionais do sexo, que trabalham como acompanhantes dos turistas que vem para o turismo da pesca no Rio Paraguay. Sabe-se que alguns turistas ainda procuram “novinhas” na cidade e infelizmente ainda encontram, aliciadas as vezes pelos próprios pais junto a algumas pousadas locais. 80% da população vive abaixo da linha da pobreza, sem emprego e a maioria da população está exposta ao turismo sexual.
Uma equipe do Projeto NOVA esteve na cidade de Porto Murtinho a convite de uma igreja local, nos dias 14 a 18 de junho de 2017, realizando articulações com as redes publicas de proteção aos direitos da criança e adolescentes, com vistas ao enfrentamento do abuso e exploração sexual infantil na região de fronteira.
“o trabalho que essa equipe está fazendo é excelente, porque é até uma vergonha da nossa parte porque não estamos fazendo nada, uma lição de vida” Solange Pereira – Hotel Pantanal. Falando sobre o trabalho que o Projeto Nova está se propondo a fazer.
“Podemos nos doar um pouco mais enquanto sociedade para realizar ações como essas, um pouco do nosso final de semana, ou nas horas vagas fazer algo para proporcionar paz pra os que estão sofrendo.” Erasmo Duarte – Coordenador do Bolsa Família
Existe uma cultura do ‘eu vou te contar mas você não conta pra ninguém.’ E nessa muitos casos vão seguindo acobertados pela própria sociedade. Segundo a Nicanora Campos – Coordenadora do pólo da UFMS, afirma que “a vulgarização por parte da própria família, e quando se expõe já está vulnerável a exploração, o problema está na própria concepção de família!”
A equipe que visitou a cidade foi composta pela coordenadora Viviane Vaz, e sua assessora Flávia Fernandes, além de duas técnicas de serviço social, Glória Eduarda Soterio e Neide Nascimento , que concluíram a grande necessidade de políticas públicas eficientes e atuantes que ofereça aos cidadãos porto-murtinhensse os direitos garantidos, e que hoje conta com um numero muito reduzido de equipe multidisciplinar pra atender a grande demanda local. E esse projeto chega pra somar na articulação junto as redes de proteção para o enfretamento das problemáticas, numa proposta de prevenção e empoderamento da população, inclusive ações de tratamento as conseqüências da violência sexual. Um trabalho em conjunto com a rede pública e instituições locais será realizado a partir do segundo semestre de 2017.
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